Márcio de Paula, Editor do jornal O Informante - Foto: Elvira Nascimento 43476v
Por Márcio de Paula –
Ipatinga e Timóteo celebram 61 anos com semelhanças e particularidades. É graças a eles que a região carrega o nome Vale do Aço, e está nesse campo industrial, um desafio comum. As duas economias são ancoradas no aço em função da Usiminas e Aperam, que vivem consequências com a invasão do aço chinês. A falta de proteção da indústria nacional contra concorrência desleal da China, com seu aço subsidiado, há muito tempo é motivo de preocupação, que se agravou pela guerra tarifária entre EUA e o resto mundo, principalmente contra a China. Em função disso o país asiático vai precisar “despejar” seus produtos que iam para os EUA em outros mercados, e o Brasil, sobretudo por questões políticas, deve ser um deles, o que tende a afetar a indústria nacional do aço. Nesse sentido, o governo federal precisa se precaver, assim como outras nações estão fazendo.
Por outro lado, os dois vivem perspectivas de avanços significativos no futuro. O grande gargalo impeditivo de maior desenvolvimento regional é o logístico, porém esse cenário tende a inverter com recentes anúncios da duplicação da BR 381, investimentos no aeroporto regional que vai o transformar no terceiro maior do estado, a já pavimenta MG 760 e o urgente contorno viário de Timóteo que ligará a MG 760 a BR 381. E Timóteo tem um grande trunfo por ter áreas disponíveis para crescimento tanto industrial, como imobiliário, e por consequência, comercial e de prestação de serviços justamente no trajeto do contorno viário.
Já uma questão distinta dos municípios é o momento político-istrativo, que reflete nas comemorações dos respectivos aniversários. Gustavo Nunes, prefeito de Ipatinga, tateou na primeira metade do seu primeiro mandato, até achar um caminho que aconteceu a partir da segunda metade, o que lhe conferiu uma reeleição com autoridade, promovendo provável “aposentadoria” de políticos que já foram importantes no município. O tamanho da festa de aniversário de Ipatinga ilustra o que pretende Gustavo Nunes para seu segundo mandato.
Já o prefeito Vitor Prado encontrou Timóteo com desafios istrativos. Timóteo estava “parado no tempo”, sobretudo quando comparado aos seus vizinhos Ipatinga, Cel. Fabriciano e Santana do Paraíso. Capitão Vitor escolheu uma celebração de aniversário mais modesto, com o deveria ser, valorizando mais artistas regionais, mas com um bom cardápio de atrações.
O prefeito de Timóteo deu indícios que fará um governo voltado para o desenvolvimento, como quando assumiu o compromisso público de um projeto para Timóteo com metas claras e datas pré-determinadas. Isso trouxe uma grande responsabilidade para seu governo que a princípio, não precisava fazer, mas quando o faz, sinaliza um grande compromisso com a população. Timóteo nos últimos anos cresceu pela força da iniciativa privada e pela quantidade de emendas parlamentares que foram liberadas em Brasília. Agora com um projeto de governo e de município, a tendência é avançar mais.
Ipatinga e Timóteo celebram o presente, mas de olho no futuro que pode ser bem melhor, mesmo diante a pouca efetividade do governo federal e um novo e imprevisível contexto geoeconômico internacional.