Márcio de Paula, Editor do jornal O Informante - Foto: Elvira Nascimento 43476v
Por Márcio de Paula –
O turismo no Vale do Aço historicamente não foi tratado por governos, instituições e população com a importância que merece, a exceção do turismo de negócio que é uma realidade em função das empresas âncoras Usiminas, Aperam e Cenibra, e também de feiras como ExpoUsipa e ExpoInox.
E mesmo com o Parque Estadual do Rio Doce e as belezas naturais da região, o ecoturismo, turismo rural e de aventura foram por muito tempo relegado á um lugar de pouca relevância, ou realizados a partir dos empreendedores de forma individual, sem o devido e institucional.
Contudo, o contexto mudou a partir do Sebrae e do Circuito Mata Atlântica, quando começaram a pensar e planejar o turismo regional. Há um movimento organizado interinstitucional, apartidário e com vários atores do empreendedorismo que somam forças para gerar desenvolvimento.
É justamente no turismo onde mais se observa a verdadeira mentalidade de uma região metropolitana. Ao contrário de alguns segmentos, há o entendimento que quanto mais forte estiver todo mundo, todos ganham.
Ainda não é possível afirmar que o turismo na região é uma realidade econômica, contudo, é razoável crer que será, e não se trata de um devaneio futurológico, mas de vislumbrar a consequência de tudo que está sendo plantado e construído no presente.
No campo da infraestrutura a pavimentação da MG 760, o futuro contorno viário que vai ligar a MG 760 a BR 381 através de Timóteo, a duplicação da BR 381, os investimentos no aeroporto regional, que vai o transformar no terceiro maior do estado, inclusive com capacidade de vôos internacionais, a Estrada Parque e os robustos investimentos no Parque Estadual do Rio Doce vão deixar a região muito atraente. E o turismo é o setor com maior espaço para crescimento, segundo o próprio Invest Minas, órgão do governo estadual responsável por atrair, captar e estruturar investimentos no estado.
Há no cenário regional instituições e grupos organizados que somam força, conhecimento, know how e uma vontade enorme de fazer dar certo, como o Sebrae, a Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço, Senar, Emater, Convention e Visitors Bureau Vale do Aço, Sindhorb, FIEMG através da Agenda de Convergência, Circuito Mata Atlântica, Comtur municipais, Grupo Turismo do Vale, Parque Estadual do Rio Doce, algumas prefeituras e empreendedores do setor.
Há quatro roteiros turísticos na região, dois consolidadas, Ipatinga Rural Roteiro Turístico e Rota do Mutum ; e dois em consolidação, Serra dos Cocais e Roteiros Turísticos e Vale dos Tropeiros Cicloturismo. Essas rotas englobam, por enquanto, cerca de 100 empreendimentos. Para eles há constantes possibilidades de capacitação e estão abraçando essas oportunidades.
O turismo no Vale do Aço vive seu melhor momento até então, mas ainda distante de onde pode chegar, por tudo que está sendo edificado. Em alguns anos se tornará uma realidade, e ficará atrás apenas de setores como indústria, prestação de serviços e comércio, mas com real possibilidade de avanços perenes e significativos.
Resta esperar e cobrar que o poder público faça as obras estruturantes, porque as instituições de fomento e os empreendedores estão fazendo a parte deles.
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